Vereadores cobram mais clareza nas informações do Boletim Epidemiológico do município
Os vereadores Maria Cecília Figueiredo Opípari (Ciça) e Paulo Tadeu Silva D’Arcádia, ambos do PT, apresentaram requerimento no qual solicitam informações sobre o boletim epidemiológico e o avanço do coronavírus no município. Segundo os parlamentares, o pedido de informações se deve à necessidade de mais esclarecimentos sobre o assunto, principalmente em relação às notificações.
De acordo com os vereadores os boletins epidemiológicos diariamente divulgados pela prefeitura apontaram um aumento de mais de 50% dos casos suspeitos notificados, entre os dias 18 de abril a 13 de maio de 2020. No entanto, foi percebida uma redução considerável nos números de notificações, chegando a não ocorrer nenhum acréscimo no dia 13 de maio, dado que, segundo os parlamentares, não apresenta explicação plausível, já que, conforme explicam no requerimento, em todo o país números crescem assustadoramente e não há previsão para a pandemia acabar.
Segundo os parlamentares, a preocupação se dá também pelo fato de haver estudo indicando a existência de subnotificações no sul de Minas Gerais e diante deste fato, o Executivo ainda não se manifestou sobre o assunto para esclarecer a população.
A Lei nº 13.979/2020, que “dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019”, estabelece, entre outras ações, que toda autoridade, no âmbito de suas competências, possui amplo aparato legal para combater, com eficiência, o avanço do coronavírus, bem como tem o dever legal de garantir ampla publicidade dos casos e do comportamento da doença.
Diante disso, os vereadores solicitam no requerimento uma documentação, com base científica, elaborada pelo comitê extraordinário, da metodologia utilizada para a confecção dos boletins epidemiológicos diários. Além disso, questionam como e em quais locais são feitas as coletas dos dados que alimentam os boletins; se há acompanhamento médico com relação às informações que são inseridas nos informativos; se existe e quais médicos compõem equipe médica que apresenta os laudos de altas por “critério clínico”. Por fim, também indagam se houve aumento no número de óbitos por síndrome respiratória em relação ao mesmo período do ano passado (meses de fevereiro a abril).
“O grande problema é que Poços, assim como o estado de Minas e como o Brasil, é subnotificado, nós não temos informações seguras e essas altas clínicas é uma das grandes questões que temos em relação ao boletim epidemiológico. Quem faz os acompanhamentos dos laudos? Existe uma equipe que vai às casas das pessoas e acompanha quem está em isolamento ou com suspeita? E depois, como é feita a análise de alta clínica, é por exame, por visita do médico? Então, são questões inexplicáveis e a gente não consegue entender o que Poços está fazendo em relação a isso, as informações são desencontradas, a gente fica sem entender e sem segurança de que Poços realmente só tem esses casos confirmados, há falta de confirmação através de exames. E por falar em exames, esses são uma grande incógnita, quantos foram realizados até o momento, quantos foram adquiridos pelo município, quantos recebido pelo Ministério da saúde? Porque os números não batem. Então, a gente gostaria que fossem mais transparentes esses números e a prefeitura informasse com bastante clareza pra população, Outro fator que a gente fica preocupado é em relação ao número de óbitos no município, a gente sabe que teve um aumento e queria fazer essa comparação com ano passado, o grande problema diz respeito às confirmações, já que muitos nem são testados,” declara Maria Cecília.