Secretário e representantes da cultura local apresentam ações e necessidades do setor

por tatiana — publicado 07/10/2024 09h00, última modificação 07/10/2024 10h41
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Secretário e representantes da cultura local apresentam ações e necessidades do setor

Objetivo é ampliar as discussões sobre o tema na Câmara

Na última terça-feira (26), a Sessão Ordinária da Câmara dos Vereadores de Poços de Caldas, atendendo ao convite feito através de requerimento apresentado pelo vereador Lucas Arruda (Rede), contou com a participação do secretário municipal de Cultura, Ricardo Fonseca Oliveira, e de alguns representantes do setor cultural no município: Aluísio Ribeiro Amaral Cavalcante, gestor cultural, produtor e artista, conselheiro da Câmara Setorial da Cultura Digital; Daniela Marco Antonio Alvisi, arte-educadora, fotógrafa e artista visual; Luiz Fernando Gonçalves, diretor de teatro, ator e dançarino; Pedro Cezar Carvalho de Moraes, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural e Ricardo Evandro de Oliveira Valias, empresário, produtor e artista.

O objetivo da reunião foi buscar informações sobre as ações da Secretaria de Cultura (SeCult) durante a pandemia de Covid-19, além de ampliar a discussão sobre o tema na Câmara e tentar encontrar soluções viáveis para a área cultural no município.

Durante sua fala, o secretário municipal de Cultura apontou que partir do mês de março foram implementadas medidas para o enfrentamento da Covid-19 no município, com o fechamento de espaços e a inviabilidade de aglomeração de pessoas. Posteriormente, segundo o secretário, foi alterado o formato de recebimento de editais, passando a ser realizado de maneira online.

O secretário destacou ainda a liberação de verba para o setor no valor de R$280 mil, recurso que será pago em quatro parcelas de R$70 mil, de junho a setembro, e que a SeCult, juntamente ao Conselho Municipal de Cultura deverá elaborar a melhor forma de utilização desse montante.

Outras ações destacadas pelo secretário, já realizadas e a realizar, foram: apoio, dentro das possibilidades, à Live da Roda de Congo e participação na distribuição dos alimentos arrecadados na ação; elaboração de cadastros de consulta virtual para verificação de necessidades emergenciais de artistas e fazedores de cultura; participação na web-conferência de gestores com relação à Lei Emergencial de Cultura, aprovada no Congresso nesta terça-feira; elaboração de plano de ações emergenciais de forma colaborativa com Conselho Municipal de Cultura; distribuição de 50 cestas básicas e orientação para acessar o auxílio emergencial do governo; elaboração e envio de carta aos empresários locais, manifestando o potencial cultural e a necessidade de ajuda por parte das empresas, através de renúncias fiscais; criação de campanha explicativa, junto à secretaria de comunicação, dos mecanismos de incentivo, viabilização para uso do teatro Benigno Gaiga, com melhoria na internet, para que sejam realizadas lives pelos artistas locais, e elaboração de Plano de Contingenciamento para Expoarte, que deve ser apresentado ao Comitê de Saúde.

A equipe da SeCult está à disposição a todo momento, trabalhamos diuturnamente para trazer os melhores resultados para a classe, porém, é importante lembrar que toda a gestão da cultura depende quase que na totalidade de recursos provenientes do governo, então, ficamos de certa forma de mãos atadas por não trazer uma resposta tão rápida quanto a classe gostaria, mas esperamos o quanto antes trazer retorno a todos”, destacou o secretário.

Representantes do setor cultural

Os representantes do setor cultural também apontaram as necessidades e dificuldades que artistas e fazedores de cultura vêm enfrentando desde o início da pandemia. O presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Pedro Cezar, destacou que todo o trabalho que vem desenvolvendo é no sentido de pensar uma construção coletiva. “Nós entendemos que uma crise como essa precisa de um enfrentamento inteligente, conjunto, não existirão soluções para atravessarmos esse tempo que estamos vivendo se não tivermos soluções coletivas”, disse.

Pedro também apontou que o Conselho elaborou uma pesquisa denominada “Impactos da Cultura em Poços de Caldas com a Covid-19”, que buscava um diagnóstico local, onde foram avaliadas mais de 1300 respostas e os dados que foram entregues à Secretaria de Cultura, aguardando medidas que poderiam ser tomadas a partir do resultado da pesquisa. Além disso, o presidente do Conselho destaca que cartas dos artistas e do próprio Conselho Municipal de Política Cultural foram enviadas à Secretaria de Cultura, com o objetivo de obter informações oficiais, demonstrar as necessidades da classe, sugerir ações e sinalizar a ausência de um mapeamento dos artistas a ser desenvolvido pela Secretaria de Cultura.

A gente teve uma reunião extraordinária onde nos foi apresentado o valor de R$280 mil de recursos para o setor cultural, valor que é muito baixo perto do que a cadeia produtiva da cultura precisa e movimenta e também [foi proposta] a formação de um grupo de trabalho, para gerar uma plano de ações. A gente sugeriu a criação de um plano emergencial a partir de quando a gente entregou os dados, no dia 02 de abril, e agora, o ponto que a gente está é de ser convidado a construir propostas que já deveriam estar sendo pensadas, independente de saber qual é a cifra do recurso, a gente já poderia estar pensando. A classe, o conselho, sente que esta responsabilidade está sendo, de certa forma direcionada a nós, uma vez que é o poder público que precisa apresentar estratégias”, declarou Pedro Cezar.