Regina Cioffi diz que continuará cobrando providências sobre situação da INB e possível transferência de novos rejeitos

por Imprensa publicado 07/10/2024 09h00, última modificação 07/10/2024 10h41
Audiência pública
Regina Cioffi diz que continuará cobrando providências sobre situação da INB e possível transferência de novos rejeitos

Audiência foi proposta pela vereadora Regina Cioffi (PP

Na última semana, a Câmara de Poços realizou uma audiência pública para discutir o tema “Ações das Indústrias Nucleares do Brasil (INB)”, em especial com relação à possibilidade do Planalto de Poços de Caldas se tornar depósito de rejeito final de material radioativo transferido de outros locais. A vereadora Regina Cioffi (PP), autora do requerimento que propôs o debate, afirmou que continuará cobrando providências com relação ao assunto, tanto no que diz respeito à situação da Unidade da INB em Caldas, quanto à possível transferência de novo material da Unidade de Descomissionamento de Interlagos, São Paulo, para a região.

Durante a audiência, que contou com a presença de representantes do Executivo de Poços e Caldas, das Câmaras de Caldas e Andradas, da INB, da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e da ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), Regina Cioffi apresentou um histórico da transferência de lixo radioativo da Usina de Santo Amaro para o município de Caldas, cerca de 12 mil toneladas que estão armazenadas em galpões.

Segundo a parlamentar, a discussão do tema vem desde 2009, quando foi criada a Comissão das Águas. “Desde 2009, eu milito em relação às condições da INB, que fica localizada 70% no município de Caldas, mas está no Planalto de Poços, formado por Poços, Caldas e Andradas. Portanto, qualquer agravo ambiental na barragem da empresa impacta nesses três municípios. Na época, eu fiquei muito assustada, quando comecei a estudar o histórico da INB e soube como esses rejeitos vieram parar aqui. Esse material veio de Santo Amaro, ficou um certo tempo a céu aberto, até que construíram três galpões. Estamos com esse presente armazenado em péssimas condições. Comecei a fazer estudos profundos sobre essa situação e tivemos uma audiência em 2010, oportunidade em que colocamos todas as informações com transparência à população, tudo através de documentação. A partir dali, propus ao presidente da época a criação de uma comissão, conhecida como Comissão das Águas, um grupo paritário, com vários órgãos participantes, e começamos então um trabalho nas águas de Poços e seu entorno”, contou.

Regina lembrou que, mesmo fora da Câmara por um tempo, continuou estudando e cobrando providências. “Depois da criação da Comissão das Águas, mesmo fora do Legislativo, continuei obtendo materiais, principalmente sobre o PRAD, que é o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, até o momento não executado. Voltando à Câmara, uma das primeiras ações que tive foi retomar o trabalho da comissão, que estava meio adormecido. Solicitei a reativação da da mesma e, agora, estamos novamente diante de problemas sérios, como essa possibilidade de nova transferência de rejeitos. Com a audiência, ficou claro que é preciso encontrar alguma forma de resolver a questão. A situação é grave, se a Unidade de Caldas é uma área de descomissionamento, por quê trazer mais rejeito?”, questionou.

Sobre os debates na audiência, a vereadora pontuou que, mesmo a INB afirmando que a transferência não depende da empresa e que ainda não há nada decidido, a preocupação ainda persiste. “A INB diz que tudo depende de um órgão que chama Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, que foi criado pelo Congresso e determina essas operações. Muito nos assunta quando um documento que temos acesso fala que aqui é o melhor lugar. Na minha opinião, eles não querem descomissionar, querem que se torne depósito final de rejeitos de todo o projeto nuclear do Brasil. Não somos obrigados a receber rejeitos de outros locais, estamos diante de uma situação que não podemos ficar quietos. Estamos muito bem documentados, a participação da Fernanda Giannasi na audiência foi de extrema importância, contribuiu muito com informações sobre o desrespeito da INB com a região. O representante da FEAM foi muito firme dizendo que a posição do governo é de não entrar mais rejeito em Minas Gerais. Vou continuar nessa militância, nós não podemos deixar mais complicado do que está”, finalizou.

O vídeo da audiência pública, com todas as considerações feitas pelos presentes, está disponível para consulta na página da Câmara no YouTube.

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