Palestra e apresentação de projeto social são destaques no evento Doenças da Mente
A Câmara de Poços recebeu, a pedido do vereador Gustavo Bonafé (PSDB), o evento Doenças da Mente. O objetivo do encontro, proposto pelo grupo Coletividade, foi discutir questões envolvendo os transtornos emocionais e a prevenção ao suicídio através de palestra, dança, música e teatro. As atividades aconteceram na última sexta-feira (12), no Plenário do Legislativo.
O grupo Coletividade, criado em agosto de 2018 pela fotógrafa e produtora Pamela Flausino, é formado por 23 MC’s de diversos grupos que criam, compõem e produzem músicas autorais. A finalidade principal das atividades idealizadas é levar as pessoas a uma reflexão e incentivá-las a repensarem novas possibilidades de vida. O encontro tem também a finalidade de utilizar o Rap para acolhimento e discussão sobre dores internas e externas, criando um espaço de bate-papo. Os responsáveis pelo projeto, além de Pâmela Flausino, são Bruno Santos da Silva, Jacqueline da Silva e Meiriele Cristine Alves Maximino.
Além de uma apresentação de dança do grupo The Bless e de uma peça de teatro com o tema depressão, o público assistiu à palestra Doenças da Mente, com a socióloga e psicóloga Meiriele Maximino. Ela falou sobre o aumento do número de suicídios, sendo, todo ano, 10 mil no Brasil e um milhão em todo o mundo. Outro dado apresentado pela psicóloga foi que 17% de cada 100 habitantes no país já pensaram em tirar sua vida. Meiriele também abordou questões envolvendo os fatores de risco e as causas dos comportamentos suicidas entre jovens e idosos.
Jacqueline Silva, uma das responsáveis pelo Coletividade, conta que, no início, a ideia era apenas divulgar o estilo Rap. Com o passar do tempo, o grupo resolveu reformular o projeto. “A gente começou com o intuito de juntar todos os MC’s e escrever letras de músicas para não deixar o Rap ficar oculto na cidade e levar músicas para os lugares onde muitas vezes ele não alcançava. Fizemos até um videoclipe sobre isso, só que percebemos que não era o suficiente. Então, sentamos e reformulamos todo o projeto e vimos que nós poderíamos também ajudar pessoas com a música. Vimos que, hoje em dia, com essa exposição toda, rede social e tudo mais, as pessoas parecem só estar felizes, mas estão cada vez mais tristes. Notamos a necessidade de fazer algo que as ajudasse. Decidimos, através da letra da música, falar sobre depressão, suicídio, doenças da mente. Mudamos o projeto para isso. As portas começaram a se abrir e conseguimos chegar até aqui, com parcerias de várias pessoas, como de uma psicoterapeuta, que é especialista nessa área de depressão”, relata.
Segundo Jacqueline, o grupo quer criar uma rede de apoio. “A gente pretende criar multiplicadores, pessoas que ajudem a apoiar o projeto e possam se tornar ouvintes para aqueles que sofrem com essas doenças”, diz.
O vereador Gustavo Bonafé destaca que o evento aproximou muitos jovens do espaço da Câmara Municipal. “Classifico esse evento como histórico pelo fato de abrir espaço para o Rap ocupar a Casa e trazer reflexões bem profundas sobre problemas atuais que afetam não só a juventude, mas boa parte das pessoas. Então, acho que foi muito válido, aproximou os jovens da Câmara, quebrou algumas barreiras no sentido de ser um local acessível, um local aberto a esse tipo de manifestação. Julgo como muito positivo o resultado gerado e espero outras oportunidades”, afirma.
O evento contou, também, com a presença dos vereadores Pedro Magalhães (PSDB) e Wilson Rodrigues (DEM). O vídeo com todas as atividades está disponível no Portal da Câmara e na página do Legislativo no YouTube.