Câmara realiza palestra em comemoração ao Dia do Idoso
A Câmara de Poços promoveu, na noite da última quarta-feira (03), uma palestra com o tema “A cidade para o bom envelhecer: a construção do lugar da memória viva”, dentro das comemorações do Dia do Idoso. O assunto foi abordado pela psicóloga, especialista em Programas Intergeracionais e docente do curso de Psicologia da PUC Minas – campus Poços de Caldas, Kátia Maria Pacheco Saraiva, e pela arquiteta, urbanista, artista plástica e também docente da PUC, Esther Aparecida Cervini de Melo.
O encontro contou com a presença do presidente da Câmara, vereador Antônio Carlos Pereira (DEM), da vereadora Lígia Podestá (DEM), que propôs a realização da atividade, e do vereador Lucas Arruda (Rede). Membros do Conselho Municipal do Idoso, do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social em Minas Gerais, além de alunos, professores e comunidade em geral também estiveram presentes.
Além de apresentarem um panorama do envelhecimento no Brasil, as palestrantes falaram sobre a longevidade. Segundo Kátia Saraiva, este é um fenômeno recente, acelerado e mundial. “A ideia hoje é pensar uma cidade que a gente queira envelhecer. Então, a proposta é falar um pouco que fenômeno é esse, que é da longevidade. Envelhecimento sempre teve, mas a questão da longevidade, ou seja, estamos vivendo mais tempo, isso impacta nas famílias, sobretudo nas relações humanas e nas cidades também. Em um primeiro momento, procuramos falar sobre a questão demográfica, depois o que é envelhecimento e velhice e o que é o envelhecer com c e o envelheSER com s”, pontuou.
Durante a palestra, Kátia comentou sobre o projeto Cidade Amiga do Idoso, proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa estimular o envelhecimento ativo ao otimizar oportunidades para saúde, participação e segurança, aumentando a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.
Além disso, a psicóloga falou do projeto de extensão idealizado por ela, denominado Sacudindo a Memória: recontando histórias, ressignificando memórias e aproximando gerações. “Para termos uma cidade amiga do idoso, é preciso se aproximar dele, construir pontes, relações e conhecer mais essas pessoas. O projeto encerrou no ano passado, tive a parceria da professora Esther, da Arquitetura e da Publicidade e Propaganda. Entrevistamos idosos emblemáticos da cidade, idosos invisíveis, principalmente invisíveis sociais, como o catador de papelão, jardineiro da praça, a primeira idosa radialista da cidade. Queríamos saber da história de Poços através da memória deles. De uma memória que está viva. Se juntarmos força, cada um fazendo a sua parte, podemos ter uma cidade mais amigável, uma cidade mais agradável para todos nós”, destacou.
A arquiteta Esther Cervini falou, dentro dos conceitos do urbanismo, sobre a necessidade de se pensar na cidade para as pessoas. “Poços é uma cidade preparada para receber o idoso. Pela sua própria origem, a questão das águas, do tratamento que são voltados para a terceira idade. Mas, existem outras características que são muito importantes para desenvolver uma mentalidade que chamo de cidade amiga do idoso. Temos alguns patrimônios, relações de vizinhança na área central, que são muito favoráveis, temos essa ideia da caminhabilidade. São ideias do urbanismo que servem para o idoso e também para qualquer outra idade. E justamente essa possibilidade de termos espaços públicos, onde o idoso possa conviver com outras idades, em um aspecto intergeracional, que consideramos eficiente e saudável para vida do idoso. No campo do urbanismo, um urbanista dinamarquês está desenvolvendo uma ideia de cidade para pessoas. Ele fala que primeiro temos que pensar na vida, depois nos espaços e por último nos edifícios. Então, o que vemos, às vezes, é que as pessoas pensam muito mais nos edifícios do que nas próprias pessoas. Ou pensam mais no carro do que no caminhante”, afirmou.
A vereadora Lígia Podestá enfatizou a importância do debate, que reuniu profissionais estudiosas sobre o tema. “Sabemos que o envelhecimento da população é um fenômeno cada vez maior e deve ser uma preocupação de toda a comunidade. Precisamos voltar nossos olhos a essas pessoas que preservam em si a memória e a memória da cidade, que sabem lidar com a passagem do tempo, que possuem inúmeras experiências e têm muito a nos ensinar. É preciso discutir sempre formas de transformar a cidade para que possamos acolher os idosos”, declarou.
Ainda dentro da programação do Mês do Idoso, a Câmara receberá, de 15 a 26 de outubro, a exposição fotográfica “Memórias de uma Vida”, da pedagoga Thainá Moreira Passos. O projeto surgiu em 2013, a partir da experiência vivida por ela como docente do programa Brasil Alfabetizado, instalado no Asilo São Vicente de Paulo – Associação Damas da Caridade, em Poços de Caldas. Mais do que uma exposição de fotografias, a mostra é uma contação de histórias de pessoas reais, de protagonistas e coadjuvantes de suas próprias vidas. Os relatos foram gravados e transcritos e estão expostos em duas linguagens: o texto escrito e o registro fotográfico, realizado pelos fotógrafos Jeniffer Bueno, Fagner Martins, Fábio Andrade e Nany Bueno, que também participam do projeto.
A exposição ficará no saguão de entrada da Câmara e as visitas poderão ser feitas das 12h às 18h.
Movimento Nacional #PraCegoVer - Fotos do público presente na palestra, realizada no plenário da Câmara.