Câmara realiza exposição “Mulheres pela Paz: uma reflexão sobre o feminicídio e a violência contra a Mulher”

por Imprensa publicado 07/10/2024 09h00, última modificação 07/10/2024 10h41
Resolução n. 850
Câmara realiza exposição “Mulheres pela Paz: uma reflexão sobre o feminicídio e a violência contra a Mulher”

Abertura aconteceu na tarde da última terça-feira (05)

Na tarde desta terça-feira (05), aconteceu a abertura da exposição “Mulheres pela Paz: uma reflexão sobre o feminicídio e a violência contra a mulher”. A iniciativa é da vereadora Luzia Martins (PDT), através de ofício deferido pela Mesa Diretora, tendo em vista a Resolução n. 850/2020, que criou a Semana Municipal de Combate ao Feminicídio e à Violência contra a Mulher, e a Lei Municipal n. 9.405/2020, que instituiu o dia 10 de outubro como o Dia Municipal de Combate ao Feminicídio e à Violência contra a Mulher.

O evento de abertura contou com a presença do presidente da Casa Marcelo Heitor (PSC) e demais vereadores, do secretário municipal de Promoção Social Carlos Eduardo Almeida, da ex-vereadora e autora das legislações que tratam do tema Maria Cecília Figueiredo Opípari, da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Ellen Cristina de Oliveira Lopes e da representante do Coletivo Mulheres pela Democracia Cacá D’Arcádia.

As imagens da exposição retratam a realidade e as formas de lidar, identificar e combater o feminicídio e a violência contra a mulher. A mostra reúne material da Associação Mulheres pela Paz, da exposição "Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos", da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e de cartazes criados pelo Gabinete da vereadora Luzia. As visitas podem ser feitas até 28 de outubro, de segunda a sexta, das 12 às 18h.

Segundo Luzia Martins, presidente da Comissão de Direitos da Mulher, é preciso um diálogo constante do tema envolvendo toda a sociedade. “A partir da análise dos fatos que demonstram que para que a mulher viva em paz, é preciso que haja conhecimento e resistência, é que esta exposição toma forma. É preciso diálogo e entendimento, principalmente daqueles que não têm a consciência de que a mulher vive hoje, apesar de sua ascensão no que se refere a igualdade de gênero, o desafio de simplesmente ser. Dados do IPEA mostram que, em meio ao isolamento social, o Brasil contabilizou 1.350 casos de feminicídio em 2020, um a cada seis horas e meia. O número é 0,7% maior comparado ao total de 2019. Ao mesmo tempo, o registro em delegacias de outros crimes contra as mulheres caiu no período, embora haja sinais de que a violência doméstica, na verdade, pode ter aumentado. Os casos de homicídio motivado por questões de gênero subiram em 14 das 27 unidades federativas, de acordo com o relatório. São dados preocupantes”, apontou a vereadora durante o evento.

A ex-vereadora Maria Cecília também citou o aumento do número de casos de violência ao longo dos anos. “Em 10 de outubro de 1980, as mulheres se reuniram na escadaria do Teatro de São Paulo para protestar contra os índices de aumento da violência contra a mulher que só cresciam. Vemos, cada vez mais, esses índices aumentando e a violência levando cada vez mais ao feminicídio. Temos as violências física, patrimonial, moral, sexual e esse é um assunto que precisamos debater diariamente. Dez de outubro é uma data simbólica para refletir e discutir, visto que vivemos em um país que é patriarcal, machista, onde os agressores continuam fazendo isso achando que é coisa de homem. Precisamos educar nossos meninos para que respeitem as mulheres. As leis aprovadas pela Câmara propõem uma análise desse assunto, sempre cuidando e acolhendo as mulheres vítimas de violência”, afirmou.

Ellen Cristina de Oliveira comentou que a agressão está socialmente institucionalizada no dia a dia. “A violência não é somente agressão, a violência também são os olhares, a invalidação da fala, a reafirmação da fala, ou seja, quando a mulher fala e o homem repete o que ela falou, como se precisasse de revalidação, o não ouvir a mulher, o cortar a mulher. Essas também são formas de violência. Essa violências saem das sombras, nesse momento atual, e isso é de extrema importância para nós, precisávamos que elas saíssem das sombras. Tivemos grandes avanços, mas sempre em detrimento da dignidade e da vida de muitas mulheres. A lei não está aqui porque pessoas se reuniram e quiseram criá-la para proteção da mulher, ela está aqui porque muitas mulheres morreram”, disse a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

Para o presidente Marcelo Heitor, é com muita satisfação que o Legislativo promove essa exposição, através de uma iniciativa da vereadora Luzia. “Queremos ocupar o espaço da Câmara com exposições e debates que venham fortalecer políticas públicas nas mais diversas áreas e, dessa vez, trata-se de um tema muito importante, que precisa estar em pauta durante todo o tempo. Na legislatura passada, tivemos legislações aprovadas que buscam essa conscientização da necessidade de se combater a violência contra a mulher e, agora, realizamos ações que buscam a difusão de informações e mobilização da comunidade para participação nos eventos”, declarou.

 

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